MPT lança campanha que alerta para a realidade do trabalho escravo no Brasil

Para marcar o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo (28 de janeiro), o Ministério Público do Trabalho lança a campanha nacional "Baseado em Fatos Surreais".

Na campanha do MPT, são mais de 20 peças publicitárias, entre vídeos, spots, anúncios para jornais e revistas, outdoor, busdoor e conteúdo direcionado às redes sociais. As imagens de trabalhadores explorados em condições degradantes de Norte a Sul do País provocam reflexão.

Além de sensibilizar a população sobre o tema, a iniciativa busca estimular denúncias sobre trabalho escravo. Unidades do MPT em outros Estados da federação mobilizam-se no sentido de ampliar a abrangência da campanha com apoio dos grupos de comunicação.

O objetivo da iniciativa é mostrar à sociedade que a escravidão não acabou e que as situações em que muitos trabalhadores se encontram são consideradas surreais, diante de tão graves violações à dignidade humana.

O procurador-chefe do MPT na Paraíba, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, destaca a importância da iniciativa, diante das recentes ameaças ao combate do trabalho escravo contemporâneo.

"Imprescindível que a sociedade tenha consciência da gravidade da situação, com existência de número muito significativo de trabalhadores, em todo o Brasil, sendo expostos a condições de trabalho absolutamente degradantes ainda hoje, em pleno século XXI, o que, obviamente, não pode ser tolerado", afirma o procurador-chefe do MPT na Paraíba, Carlos Eduardo de Azevedo Lima, que ressaltou que "o objetivo é que campanhas como esta possam ajudar nessa conscientização e, com isso, possa-se avançar ainda mais no combate a essa verdadeira e inadmissível chaga, que é a escravidão contemporânea”.

Números - Entre 2003 e 2017, 43,4 mil trabalhadores foram resgatados e libertados do trabalho escravo no Brasil ou de atividades análogas à escravidão. Segundo dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo, isso significa uma média de pelo menos oito trabalhadores resgatados a cada dia.

Na Paraíba, foram resgatados do trabalho escravo 840 trabalhadores, sendo que 478 eram naturais do Estado, o que coloca a Paraíba em 16º no ranking nacional como maior ‘exportador’ de mão de obra escrava.

De acordo com os dados do Observatório, a cada seis dias, em média, um paraibano (de nascimento ou residência) é resgatado do trabalho escravo, grande parte de outras regiões do País.

Os municípios paraibanos que mais exportam trabalhadores para a mão de obra escrava em outros Estados são Patos, no Sertão (que aparece em 1º como, com 64 egressos naturais e 67 residentes), seguido de Pombal, Araruna, Picuí, Manaíra, Boa Vista, Serra Branca, Juripiranga e Cuité.

Sobre a campanha - As imagens da campanha são assinadas pelos fotógrafos Sérgio Carvalho – auditor fiscal que registrou situações subumanas de trabalho em operações de resgate realizadas em todo o País, em diferentes atividades – e de Ricardo Oliveira, vencedor do Prêmio MPT de Jornalismo por retratar homens e mulheres da região Norte do Amazonas, no extrativismo das fibras de piaçava no Rio Negro.

Fonte: Ascom/MPT-PB com Ascom MPT-CE

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