MPT destina recursos para projeto da UFCG que verifica qualidade de máscaras e torna EPIs eficazes contra Covid-19

04/08/2020 – Desde o início da pandemia, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já destinou, em todo o País, R$ 283 milhões para as ações de combate e prevenção ao novo coronavírus, entre elas, apoio para pesquisas científicas. Desse total, mais de R$ 6,3 milhões foram destinados somente na Paraíba. Os valores foram resultados da atuação do MPT, garantidos por decisões da Justiça do Trabalho ou por acordos extrajudiciais (Termos de Ajustamento de Conduta – TACs) e beneficiaram hospitais, associações de saúde, universidades, municípios, entre outros. Uma das últimas destinações foi para um projeto da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), que verifica a qualidade de máscaras cirúrgicas e torna EPIs eficazes contra a Covid-19.

 

Entre as destinações recentes feitas pelo MPT na Paraíba está R$ 13,9 mil para o projeto da UFCG, para a análise de quatro lotes de máscaras cirúrgicas. Além de verificar a eficácia das máscaras cirúrgicas, a universidade está desenvolvendo um estudo capaz de tornar uma máscara eficaz, com o uso de uma substância presente na casca do camarão. Essa substância – a ‘quitosana’ – cria uma espécie de ‘barreira química’ e impede a passagem do vírus.

“Desenvolvemos todo processo tecnológico para produzir esse polímero a partir de uma substância abundante no Nordeste, a casca do camarão, o que torna a máscara biodegradável. Portanto, quando for descartada, não vai prejudicar o meio ambiente”, informou o professor Marcus Vinícius Lia Fook, responsável pelo projeto, doutor em Química e coordenador do Laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Biomateriais do Nordeste – CERTBIO, localizado no campus da UFCG, em Campina Grande.

O pesquisador explicou que as máscaras cirúrgicas comuns são formadas por duas camadas de TNT, uma que fica em contato direto com o rosto e a outra que fica voltada para o lado externo. Além disso, ela possui um filtro físico, que fica entre as camadas, feito do mesmo material, criando uma barreira e, assim, impedindo que as gotículas do ar ultrapassem e contaminem a pessoa.

Com o desenvolvimento desse projeto, a máscara cirúrgica passa a ter um diferencial. “O polímero foi usado na máscara como elemento filtrante químico. Ou seja, além do filtro físico que as máscaras normalmente possuem, é acrescentado o ‘filtro químico’ que é a própria substância ‘quitosana’. Isso quer dizer que a proteção é reforçada, uma vez que os filtros são duplicados. O filtro prende o vírus – se ele vier – e o sufoca até morrer”, explicou Marcus Vinícius Fook.

De acordo com o professor, a ‘quitosana’ é um polímero natural, de fonte renovável e vem sendo pesquisada há quase 15 anos pela equipe de alunos e professores do Departamento de Engenharia de Materiais da UFCG, na Paraíba.

O professor Marcus Fook informou, ainda, que a máscara não tem contraindicação para pessoas alérgicas a camarão. “A máscara não causa alergia porque a substância que colocamos – a ‘quitosana’ – é processada em grau médico, tem aplicação com biomaterial. Portanto, livre das proteínas que podem causar alergia àquelas pessoas que o corpo rejeita essa proteína”, explicou o pesquisador.

MPT

Desde o início da pandemia, o MPT na Paraíba tem acompanhado a distribuição de equipamentos de proteção individual a profissionais de saúde que estão na linha de frente de combate à Covid-19, para que esses EPIs – entre eles, máscaras – sejam entregues em quantidade suficiente e com a qualidade devidamente atestada.

"Extremamente importante investir em ciência e tecnologia no enfrentamento à Covid-19, em especial para garantir a segurança dos profissionais de saúde, que estão na linha de frente no combate ao novo coronavírus", ressaltou a procuradora do Trabalho Marcela Asfóra.

Ascom/MPT-PB.

 

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