Em Campina Grande: Multa trabalhista é revertida para projeto de prevenção ao câncer de mama e útero
Unidade móvel vai a comunidades da periferia realizar consultas e exames ginecológicos em mulheres de baixa renda para rastrear casos da doença; iniciativa tem poupado vidas
O Ministério Público do Trabalho reverteu uma multa trabalhista aplicada a duas empresas em Campina Grande para um projeto de prevenção e combate ao câncer de mama e colo de útero.
No projeto, uma unidade móvel percorre bairros e comunidades da periferia de Campina Grande para realizar consultas e exames ginecológicos em mulheres de baixa renda, com o objetivo de rastrear e detectar de forma precoce casos de tumores de mama e útero.
De acordo com o procurador do Trabalho Raulino Maracajá, o valor da multa não é alto (R$ 120 mil), mas esse recurso está sendo investido no projeto, com acompanhamento do MPT e pode ajudar muitas mulheres que têm dificuldades de acesso ao serviço de saúde e até medo.
Alguns resultados foram apresentados ao MPT, em audiência realizada no último dia 25. “O Projeto Prevenir começou em outubro de 2017 e desde então, já foram realizados 138 atendimentos, dos quais 12 pacientes foram diagnosticadas com a doença (8,7%) e encaminhadas para tratamento na rede pública de saúde do município.
“Na audiência, recebemos a relação contendo o nome das pacientes, data das consultas, fichas dos atendimentos. Tudo está sendo protocolado. A comprovação do cumprimento do acordo deve ser feita pelas empresas – TV Itararé (Fundação Pedro Américo) e Facisa – bimestralmente”, explicou Raulino Maracajá.
Procurador do Trabalho Raulino Maracajá
O procurador ressaltou que, outro dado interessante detectado no projeto é que muitas mulheres têm vergonha em procurar atendimento. “Esse projeto atua em várias frentes. Ele também distribui com as mulheres, no dia da marcação da consulta, kits contendo produtos de higiene íntima. Caso seja diagnosticada a doença, a mulher é encaminhada para a rede referenciada. O ciclo preventivo deve se repetir anualmente, quando as mulheres atendidas devem ter acesso a uma nova consulta após 12 meses”, observou.
A iniciativa também prevê oficinas de educação em saúde com essas mulheres e atividades lúdicas com os seus filhos durante o atendimento a elas, já que muitas vezes, não têm com quem deixá-los.
Público alvo. No projeto, são atendidas mulheres entre 20 e 100 anos para o rastreamento do câncer de colo uterino e na faixa etária de 30 a 65 anos para o rastreamento do câncer de mama. “O diagnóstico realizado pelo projeto pode, sem sombra de dúvidas, ser vital para o tratamento da paciente, uma vez que não se sabe quando seria possível realizar tal exame”, concluiu Raulino Maracajá.
5 de Fevereiro: Dia Nacional da Mamografia
Profissionais de saúde chamam a atenção para a importância desse exame, que pode salvar vidas e que é um direito da mulher.
Fonte: Ascom/MPT.
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