REFUGIADOS- MPT participa de Audiência Pública sobre Acolhimento Migratório na Paraíba

24/07/2019 - Há cerca de dois meses e meio, o chefe de cozinha e professor de culinária Cérgio Rodrigues, 38 anos, desembarcou na Paraíba com a esposa e os dois filhos (de 6 e 12 anos), para construir aqui uma nova vida, cheia de sonhos e dignidade. Após sair da Venezuela, ele ficou um ano em Roraima antes de escolher o Estado para reconstruir a vida ao lado da família. Acolhido na chegada pela Casa do Migrante, no Conde, litoral paraibano, ele já está trabalhando na cozinha de uma pousada e sonha em abrir no Estado uma Escola de Culinária Internacional. 

Como o venezuelano, mais de 400 outros refugiados já chegaram à Paraíba, em busca de reconstruir a vida, mas enfrentam muitas dificuldades. Justamente para tentar reduzi-las e encurtar o caminho deles ao mercado de trabalho, uma ‘Rede de Proteção’ já foi criada e está atuando no Estado.

“Eu era professor lá na Venezuela, dava aulas de culinária. Aqui na Paraíba o turismo é muito amplo. Então, seria maravilhoso uma Escola de Comida Internacional. Eu poderia dar aulas. Estamos aqui e queremos contribuir”, revelou Cérgio Rodrigues, durante Audiência Pública sobre o Acolhimento Migratório na Paraíba, que aconteceu na tarde dessa quarta-feira (24), no Auditório da Justiça Federal, em João Pessoa, promovido pela OAB-PB com a participação do MPT, MPF, TRT-13, Pastoral dos Migrantes, Aldeia SOS e de várias entidades que integram a ‘Rede de Proteção ao Migrante’ no Estado.

Cérgio contou que mais duas famílias venezuelanas vieram com ele e os pais também conseguiram trabalho. “Um está trabalhando como pedreiro e o outro em uma fábrica têxtil”, informou. Mas nem todos têm a sorte de Cérgio e dos companheiros, de conseguir rápido um trabalho.

Números

“Há estimativas que, até o final deste ano, mais de 5 milhões de venezuelanos migrem para países da América Latina e do Caribe. Só no Brasil, falamos em aproximadamente 200 mil venezuelanos. São de 400 a 500 pessoas vindo da Venezuela que adentram no território brasileiro a cada dia. Só na Paraíba já temos mais de 400 pessoas de lá originárias”, afirmou o procurador-chefe do MPT-PB, Carlos Eduardo de Azevedo lima, que participou da audiência pública.

Ele informou que o MPT está atuando para garantir condições dignas de trabalho, mas se mostra necessário, também, a inclusão desses refugiados no mercado. Ele disse que a Instituição tem buscando parcerias com empresas, entidades formadoras, inclusive do Sistema “S” (Senai, Senac, etc.), entidades de recrutamento de trabalhadores (a exemplo do Sine), entre diversas outras parcerias, aí incluídos grupos empresariais e diversos órgãos públicos e entidades da sociedade civil.

"Necessário o levantamento e catalogação do perfil profissional, a viabilização de uma maior e mais célere capacitação, ambientação e inserção no mercado de trabalho, mas sempre sob a ótica do respeito à dignidade nas relações laborais, não se podendo admitir que a situação de vulnerabilidade em que se encontram essas pessoas seja utilizada para explorá-los", destacou o procurador-chefe do MPT.

“Precisamos dessas importantes parcerias com os mais diversos atores sociais, de uma efetiva e cada vez mais ampla atuação em rede, a fim de que obtenhamos avanços significativos e resultados concretos com a rapidez que a situação exige", afirmou Carlos Eduardo, ressaltando que "o objetivo que se almeja, ao final, não é propriamente a obtenção de uma vaga de trabalho, que é imprescindível, sem dúvida, mas sendo essa colocação profissional um instrumento para garantia de dignidade na vida dessas pessoas e de seus familiares", afirmou Carlos Eduardo.

 

Fonte: Ascom/MPT-PB.

 

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