Uso de agrotóxicos - Órgãos vão mapear doenças

Para mapear as doenças que mais atingem trabalhadores que lidam com agrotóxicos, uma pesquisa será realizada pela Universidade Estadual da Paraíba.

Além disso, hospitais terão que informar casos de intoxicação e de doenças relacionadas ao trabalho, especialmente em agricultores que lidam com agrotóxicos no Estado.

Para isso, uma “ficha padrão” está sendo elaborada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e pelo Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest-PB). Depois de pronta, será encaminhada às unidades de saúde do Estado, provavelmente  até junho deste ano.

A partir desse diagnóstico, serão realizadas ações para garantir mais saúde aos trabalhadores e reduzir o número de agricultores doentes e afastados das suas funções. As decisões foram tomadas em dezembro passado, na última reunião de 2016 do Grupo de Trabalho Saúde do Trabalhador do Fórum Estadual de Combate ao Uso Indiscriminado de Agrotóxicos.

O grupo se reuniu no último dia 15 de dezembro, na sede do MPT, em João Pessoa, para fazer uma avaliação das ações e traçar novas estratégias para 2017.

Participaram da reunião representantes do MPE, MT, Sedap, Crea, Agevisa, UEPB, Cerest e Receita Estadual. Segundo a procuradora do Trabalho Marcela Asfora, trabalhadores rurais da Paraíba estão adoecendo e os principais suspeitos são os defensivos agrícolas.

“Há relatos de intoxicação, problemas neurológicos, depressão e até câncer em pessoas que tiveram contato com esses produtos. Às vezes, o problema demora anos para se manifestar. Então, essa pesquisa vai investigar se os problemas têm relação com o uso indiscriminado dos agrotóxicos”, informou Marcela Asfora, que coordenou a reunião, juntamente com a promotora de Justiça Carmem Perazzo.

Pesquisa

A pesquisa será coordenada pela professora da UEPB Shirleyde Alves dos Santos, que integra o Fórum dos Agrotóxicos. O seu uso preocupa a professora, que já ouviu muitos relatos de agricultores doentes. A pesquisa deverá ser feita na região de Lagoa Seca e Boqueirão, onde há cultivo de tomate, hortaliças e frutas cítricas. A previsão é iniciar a coleta de dados próximo mês e concluir o estudo em setembro.

Curso

A procuradora informou que um curso será ministrado por representantes do Crea-PB e da Sedap, voltado para auditores fiscais da Receita Estadual, para orientá-los sobre os requisitos legais necessários para o transporte e a comercialização de agrotóxicos. Segundo ela, a previsão é começar o curso ainda  no 1º trimestre deste ano.

 

CONTATOS:


Henriqueta Santiago – Jornalista

Giovana Ferreira - Estagiária

(83) 3612 – 3119 – Ascom / MPT

 

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