Projeto Trabalho de Todos discute aliciamento em Areia

Na última terça-feira, um dia antes da simbólica data que comemora a abolição da escravatura, na audiência pública, que aconteceu durante a etapa de Areia do Projeto Trabalho de Todos, um dos temas mais debatidos foi o aliciamento de trabalhadores e as diversas formas de trabalhos análogos à da escravidão. O presidente do sindicato dos trabalhadores rurais da cidade Matinhas, José Alves Farias, demonstrou preocupação com o êxodo de mão de obra da região para trabalhar na construção civil em condições degradantes. 

 

“Eles saem para trabalhar por conta da situação econômica e muitas vezes voltam doentes, sem condições de trabalhar nas atividades rurais”, afirmou o sindicalista durante a audiência. O tema tem sido recorrente nas etapas do projeto Trabalho de Todos, o que levou o Ministério Público do Trabalho na Paraíba a assinar termo de cooperação técnica com a Federação dos Trabalhadores da Agricultura do estado (Fetag), durante a etapa do evento em Campina Grande.

Marcos Almeida, procurador do Trabalho em Campina Grande, afirmou que o aliciamento de trabalhadores e a submissão deles a condições precárias ainda é uma preocupação recorrente do MPT. “Infelizmente a Paraíba ainda é um local exportador de mão de obra, e nos locais a que esses trabalhadores se destinam acabam sendo submetidos a trabalhos degradantes. Daí a importância do MPT e os sindicatos se unirem para combater essa chaga social”, afirmou em Areia.

O procurador-chefe do MPT-PB, Cláudio Gadelha, declarou em seu pronunciamento que, infelizmente, ainda existe trabalho escravo no Brasil. “Sabe quem são esses escravos? São os trabalhadores que são premidos pelas necessidades de subsistência e que são obrigados a migrarem para outros estados e a se submeterem a condições análogas a da escravidão”, lamentou Gadelha, enfatizando a necessidade do projeto Trabalho de Todos para o acolhimento de denúncias e na investigação dessas precariedades.

Mais temas

Durante a audiência pública, também foram debatidos e denunciados outros temas, como a insalubridade de agentes de saúde, a regularização da atividade laboral dos mototaxistas, empregabilidade para jovens e questões acerca de acessibilidade para trabalhadores.

O evento contou com a participação do prefeito de Areia, Paulo Gomes; o presidente da Câmara Municipal de Areia, Luiz Francisco dos Santos Neto; Rodolfo Catão, superintendente regional do Trabalho na Paraíba; o promotor de Justiça da Comarca de Areia, Newton Chagas; o diretor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Djail Santos; a procuradora do Trabalho Edlene Felizardo; o chefe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho, Abílio Sérgio Correia, além de outros parceiros do MPT-PB e sociedade civil.

 

Assessoria de Comunicação
MPT-PB/PRT-13

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